Por que é tão difícil recrutar Gerentes de Projetos?

Time,

Hoje um grande colega da área de RH me questionou do porquê da grande dificuldade em recrutar um Gerente de Projetos.

Até recordo de alguns dizeres dele como: “Ou o Gerente é muito bom, ou muito ruim”.

Fiquei com isso na cabeça e afinal, como deveria ser o Gerente de Projetos muito bom?

Escrevi um post sobre as competências técnicas de um Gerente de Projetos, hoje vou focar em competências comportamentais…

Não sou um expert em recursos humanos e nem mesmo em gestão de projetos, mas quero compartilhar aquilo que a experiência mostrou nestes anos, e espero que ao longo do tempo, cada dia mais, agregue ainda mais…

Penso que o GP muito bom “deveria”:

  • Gostar de Pessoas: Gerente e Projetos que não gosta de pessoas, não consegue trabalhar em projetos concordam? Respiramos pessoas o dia todo. Eu gostaria de dizer “O GP deve AMAR trabalhar com pessoas”, mas vou deixar o “Gostar”… Ele sim, deve gostar de pessoas.
  • Gostar de se Comunicar: Compartilho meus dias com Gerentes de Projetos que odeiam se comunicar, não gostam de escrever, odeiam apresentações, etc… Até terceriza as reuniões de Status Reports com seus liderados.
  • Visão de futuro: Hoje vamos pensar no outro lado da mesa, afinal, comprei este projeto (seja ele interno ou externo), honestamente (eu como cliente) não consigo pensar sozinho em todos os passos, portanto, preciso do apoio do Gerente de Projeto com o seu Time de Projetos na visão de futuro.
  • Evitar a Teoria do “Vai dar M…”: Escuto diariamente os Gerentes de Projetos comentando “Vai dar M…” ou “Isso não vai funcionar”… ou “Espera dar problema e atuamos, ou renegociamos”… Infelizmente ou Felizmente senhores e senhoras, é evitar a teoria do “Vai dar algo de ruim” ou seja lá a conotação que queria utilizar…
  • Fidelidade: Tenho notado uma grande rotatividade de Gerentes de Projetos em Projetos. Até aprendi uma nova frase que diz: “É mais fácil trocar o GP do que o Técnico responsável pela solução”, portanto, o GP deve ser fiel ao seu projeto.
  • O Capitão precisa participar: Observei um colega GP sair do projeto 6 vezes durante o dia, hora para ir ao banco, hora para ir ao médico, hora para ir visitar alguém da família, etc… Me desafiei a imaginar: “Neste projeto tão critico, aonde está a presença do homem que guia este grande navio?”, portanto, o GP precisa acompanhar a sua equipe, ou melhor, o GP precisa viver o projeto… Imagine se o médico deixa a cirurgia para resolver cada problema que sua esposa o chama… Como seria?
  • Líder: Clichê talvez? Não! Sim, o GP é o grande Líder do Projeto, é inspirador, é o grande Gestor da Mudança, costumo dizer que, como queremos que o nosso projeto mude a companhia, se a mudança deve partir de nós? A flecha inicia aonde? Portanto, o Líder precisa acreditar para repassar aos seus liderados. Nada de Gestão de Medo (ouvi isso uma vez), quem tem medo não tem vergonha (certo?)
  • Evitar ser Hiena: Quem lembra do desenho animado no qual o personagem sempre dizia a famosa frase “Ó vida, ó céus, ó azar…”. Sim! Evitar! E não é uma visão otimista! Trata-se de uma visão realista! Contratei um Gerente de Projetos para resolver os meus problemas! Sim, O projeto possui uma alta resistência dos participantes, é complexo, é desornizados, a pessoas evitam o projeto, o projeto não consegue tomar forma… E assim vai! Por isso contratei um Gerente de Projetos!

Com certeza existe centenas de outras competências que um Gerente de Projetos deve possuir, mas foquei nestas, assim meu colega recrutador, poderá focar nos pontos chaves para classificar o “muito bom” do “muito ruim”

Evite os GPs bolas murchas!

Nada inspira mais coragem ao medroso do que o medo alheio (Umberto Eco)

Um grande abraço,

Rodrigo Silva, PMP

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